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SIMPÓSIOS


PROPOSTA DE SIMPÓSIO

ENSINO DE GRAMÁTICA: REFLEXÕES TEÓRICO-PRÁTICAS SOBRE UM TRABALHO PRODUTIVO

Valéria Sanches Fonseca, Doutora, UNESPAR/FECILCAM
Adriana Delmira Mendes Polato, Mestre, UNESPAR/FECILCAM

Este simpósio busca se constituir como um espaço de reflexão sobre o ensino de gramática. Persiste, ainda, no ensino de Língua Portuguesa, a concepção de gramática como um conjunto de regras a serem seguidas, e que, dominando essas regras, o estudante teria a garantia de poder falar e escrever melhor. É certo que falar, ler e escrever de forma melhor são objetivos do ensino de Língua Portuguesa na escola, mas para que isso se efetive, também deve ser objetivo da disciplina de Língua Portuguesa refletir sobre o funcionamento da língua, sobretudo no ensino médio e nos cursos de Letras. De qualquer forma, esses objetivos não têm sido alcançados com a velha maneira de conceber a gramática e seu ensino. Diante disso, é preciso, primeiramente, compreender o que é uma gramática e quais são as várias gramáticas do português brasileiro (as variedades) para, então, empreender um trabalho de ensino de gramática que reflita sobre a linguagem em seu funcionamento, ou seja, a(s) gramática(s) da língua nas práticas sociais e ao longo do tempo. Este simpósio se propõe, portanto, a reunir trabalhos que discutam o ensino do português brasileiro de forma mais produtiva. Interessam os trabalhos que se sustentem em teorias que têm se esforçado para explicar como a(s) língua(s) funciona(m) discursivamente. Dentre essas teorias estão a Análise do Discurso, a Linguística Textual, a Pragmática, a Teoria da Enunciação, a Semântica Argumentativa, a Análise da Conversação. Assim, todas as discussões que abordarem reflexões e práticas sobre o ensino de gramática, considerando a indissociabilidade entre esse ensino e as práticas discursivas de oralidade, leitura e escrita, poderão fazer parte desse simpósio.

Palavras-chave: Interação. Compreensão de gramática(s). Ensino produtivo.

 


COMUNICAÇÕES VINCULADAS


 

AS CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE LINGUÍSTICA PARA O DESVELAR DA CRUELDADE EM A CAUSA SECRETA

Adriana Delmira Mendes Polato, (UNESPAR/FECILCAM), ampolato@gmail.com

A Causa Secreta é um intrigante conto machadiano, publicado em 1885 no jornal Gazeta de Notícias, vindo, posteriormente, em 1895, integrar a coletânea “Várias histórias”, cuja temática discute a tendência de se entregar à manipulação das emoções via certas perversões humanas. Nesse sentido, as personagens e, por vezes, o próprio narrador são sujeitos e objetos dessas perversões. O presente trabalho, portanto, intenciona analisar, por meio das contribuições da análise linguística, como o narrador machadiano realiza peripécias enunciativas para desvelar a crueldade humana, temática central do conto. Para tanto, intencionamos concretizar uma possibilidade de leitura que se faz valer das contribuições da análise linguística, cujo objetivo centra-se no processo reflexivo  sobre a movimentação de recursos linguístico-expressivos e discursivos, lexicais e gramaticais concretizados em textos pertencentes a determinados gêneros. Amparam nossa análise, Bakhtin, com suas contribuições sobre a polifonia e o dialogismo; estudiosos da obra Machadiana, como Curvello e Cezar e autores da Linguística Aplicada que teorizam sobre a análise linguística.

Palavras-chave: Análise linguística. Narrador machadiano. Crueldade.

 

A ANÁLISE LINGUÍSTICA E AS PRÁTICAS DISCURSIVAS DE LEITURA E ESCRITA

Raquel Renicz Guirro, (UNESPAR/FECILCAM), raquel_guirro@hotmail.com
Adriana D. Mendes Polato (OR), UNESPAR/FECILCAM), ampolato@gmail.com

A partir da consideração da importância do ensino da gramática nas escolas, o interesse sobre o objeto análise linguística é profícuo às discussões sobre as possíveis relações entre essa atividade e as práticas discursivas de leitura e escrita na perspectiva dos gêneros discursivos.  Essas relações, em termos teóricos e práticos, não são simplistas porque exigem do professor um conhecimento de gramática e sobre gramática, além da compreensão do conceito de discurso, o que não permite restringir o estudo da língua ao nível da palavra e das frases isoladas. A compreensão do  discurso enquanto elaborado em uma situação histórico-social com o intuito de realizar uma interação, desencadeia o estudo da linguagem com foco às práticas discursivas sociais. Portanto, apoiados em Bakhtin (2003) e em teóricos da Linguística Aplicada, como Geraldi, Travaglia, Possenti, Mendonça e outros, pretendemos discutir os procedimentos específicos de análise linguística e suas relações com a leitura e a escrita no ensino de Língua Portuguesa.

Palavras-Chave: Análise linguística. Leitura. Escrita.

 

CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDOS FUNCIONALISTAS PARA O ENSINO DE GRAMÁTICA: OS USOS POSSÍVEIS PARA A PARTÍCULA “LÁ”

Shirlei Aparecida Doretto, (UEM/FECILCAM), sdoretto@gmail.com

O ensino de língua materna, na atualidade, tem como suporte teórico documentos como os PCN (1998), em âmbito nacional, e as DCE (2008), em âmbito estadual. Ambos objetivam nortear o ensino, pois apresentam perspectivas teóricas e metodológicas voltadas para uma conduta reflexiva e produtiva. Em relação às questões gramaticais, os dois documentos convergem quanto à articulação entre dois eixos básicos: o uso da língua oral e escrita e a reflexão sobre a língua e a linguagem. Partindo, então, do pressuposto de que o funcionalismo, de acordo com Dik (1989), entende a linguagem humana como um instrumento de interação social e tomando-a como tal, objetivamos, neste trabalho, discutir a trajetória dos usos da partícula “lá” nas produções de estudantes da rede estadual de ensino e analisar a funcionalidade e os sentidos que esses usos e construções motivam. Tradicionalmente, essa partícula é classificada como advérbio de lugar, mas os seus usos atingem grande variedade semântica e multiplicidade funcional. As discussões iniciam-se com a essencialidade de reflexão sobre o funcionamento da língua, pontuações sobre a consideração da gramática tradicional/prescritiva sobre a partícula “lá” e discussão sobre os exemplos no corpus. Entendemos, assim, a essencialidade de um ensino reflexivo.

Palavras-chave: Ensino. Gramática. Interação.

 

ENSINO DE GRAMÁTICA E TEXTO: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Katie Emanoele de Lima Gulhotti (IC), (UNESPAR /FECILCAM), emanueleklg@gmail.com
Antonio Carlos Aleixo (OR), (UNESPAR /FECILCAM), carlosaleixo9@yahoo.com.br

A partir de reflexões acerca de gramática na escola, buscamos, neste trabalho, ampliar o  debate sobre o seu ensino - tendo o texto como objeto, ou meio - pelos professores formados pela Fecilcam a partir de 2004. O ensino de língua materna com base no texto, pautado na perspectiva interacionista, e proposto pelas políticas educacionais norteadoras da educação brasileira, tem sido foco de estudos e pesquisas no campo da Linguística Aplicada. Nesse sentido, as práticas discursivas de leitura e escrita são consideradas indissociáveis, sendo o trabalho com textos entendido como uma atividade que permeia ambas, com a finalidade de contribuir na capacitação do aluno para que leia e escreva responsivamente, nos termos de Bakthin. Esta pesquisa objetivou responder as seguintes questões: Que pressupostos teóricos e metodológicos têm ancorado a prática do ensino de gramática na instituição escolar? Quais as condições históricas da emergência ou não do trabalho no ensino de língua portuguesa tendo o texto como unidade? Os resultados evidenciam que está em andamento um processo de mudanças no contexto de ensino de Língua Portuguesa, mas que, apesar disso, os profissionais entrevistados ainda encontram dificuldades para colocar em prática na sala de aula o que veem na teoria.

Palavras-chave: Gramática e ensino. Texto. Ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa.

 

PRODUÇÃO TEXTUAL NA ESCOLA: UM TRABALHO DE COMPREENSÃO DA GRAMÁTICA LINGUÍSTICO/DISCURSIVA DA LÍNGUA

Valéria Sanches Fonseca, (UNESPAR/FECILCAM), val.fon@uol.com.br

O objetivo desta comunicação é refletir acerca da importância de se garantir na escola de ensino básico um espaço para a produção textual, compreendida como ação de linguagem decorrente de situações discursivas reais, e que exige dos seus usuários a compreensão de que o funcionamento linguístico é funcionamento discursivo. Assim, é preciso dominar o que chamamos de gramática(s) linguístico/discursiva(s) da língua portuguesa. Trata-se de resultado parcial de um projeto de pesquisa/extensão que vimos desenvolvendo ao longo de dois anos em uma escola pública estadual de ensino básico de Campo Mourão – PR, e que compreende a formação continuada dos professores de linguagem que trabalham naquela comunidade. O trabalho com os professores têm sido desenvolvido com base em atividades organizadas em três dimensões denominadas como: ações teóricas, ações analíticas e ações práticas. A pesquisa/extensão tem se sustentado, teoricamente, na concepção de linguagem como interação, nos pressupostos teóricos e metodológicos desenvolvidos pela Linguística Textual, e nas contribuições dos estudos da Linguística Aplicada. Como resultados, podemos destacar que: escrever é trabalho; o domínio da gramática (linguístico/discursiva) é fundamental para a produção de texto na modalidade escrita; a revisão e a reescrita são processos que precisam ser compreendidos como sendo constitutivos do próprio processo da escrita. Gostaríamos de assinalar que o projeto de pesquisa/extensão se constitui como proposta de TIDE da autora e se insere na linha de pesquisa e nos objetivos traçados pelo Grupo de Pesquisa “Prádis: práxis discursiva na escola”, cadastrado no CNPq e registrado na PRO-DEPPEC da UNESPAR/FECILCAM.

Palavras-chave: Produção de textos. Gramática linguístico/discursiva. Reescrita