O EXPRESSIONISMO ALEMÃO E A REVOLUÇÃO SOCIAL: UMA NOVA ESTÉTICA PARA O TEATRO E O CINEMA

Devalcir Leonardo (UEM/UNESPAR)

Mariana Furio da Costa (UNESPAR)

 

Este minicurso objetiva apresentar e discutir a importância do Expressionismo Alemão, especificamente no teatro e no cinema, nos períodos de 1918 – 1926. Esses anos foram marcados por muitos conflitos envolvendo principalmente a saída da Alemanha da Primeira Guerra Mundial e como consequência a imposição do Tratado de Versalhes (1919) determinava que a Alemanha aceitasse todas as responsabilidades por causar a guerra. Neste mesmo contexto de saída da guerra, inicia-se na Alemanha um processo revolucionário denominado de República Conselhista, liderado principalmente pelo Partido Social-democrata Alemão (SPD) e Partido Social-democrata Independente Alemão (USPD) e o Partido Comunista Alemão (KPD), tendo como figuras públicas os líderes Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht, Paul Levi e Ernst Toller, entre outros membros da Liga Spartarkista. No entanto, a República Conselhista nasce como fruto da organização espontânea dos operários e soldados, logo foi dissolvida, de seu caráter revolucionário, em dezembro de 1918 no primeiro Congresso dos Conselhos de Operários e Soldados. Portanto, de 1918 a 1919 a Alemanha mergulha numa sangrenta guerra civil, que culminará na derrota das forças de esquerda e na promulgação da República de Weimar em 1923. Este contexto histórico marcado por guerras, greves e lutas sociais foi o germe que solidificou o expressionismo como uma estética e uma filosofia de vida para o povo alemão. Diante das grandes incertezas e possibilidades de transformações sociais, muitos intelectuais e artistas assumiram uma postura de vanguarda na defesa de princípios como a democracia e a solidariedade. Como enfoque deste minicurso destacaremos a luta política e a obra estética de Ernst Toller (1883-1939) especificamente a peça Massa-Homem de 1921. Toller como afirma Loureiro (2005) foi testemunha ocular, pois participou ativamente como membro dirigente da República Socialista da Baviera e posteriormente como combatente nas trincheiras na guerra civil, no comando do exército vermelho. Sua obra Massa-Homem, um drama expressionista, refaz, de forma ficcional, o caminho da revolução. Para contrapor a uma visão pessimista deste período da Alemanha, o nosso destaque encontra-se na produção artística que floresceu sob as concepções estéticas do expressionismo. Neste sentido, para ampliar o panorama no campo da arte, destacaremos duas produções do cinema: O Gabinete do Dr. Caligari de 1919, de Robert Wiene, e Metrópolis, 1926, de Fritz Lang. Nosso objetivo será identificar a importância da estética do Expressionismo Alemão, nas obras acima, bem como constatar seu caráter precursor e inovador no campo do teatro e do cinema.

Palavras-chave: expressionismo alemão, Ernst Toller, cinema.