A PROSA NO SÉCULO XXI

Luís Cláudio Ferreira Silva (UEL)

Wilma dos Santos Coqueiro (UNESPAR)

 

Derivado da grande épica clássica, o romance é o gênero burguês por excelência, fruto da modernidade, sendo dela espelho. Ele é a representação artística do nascimento de um novo herói, rompendo com a tradição épica aristotélica. A sociedade burguesa na modernidade é que sustenta, basicamente, a formação e ascensão do romance, sobretudo na afirmação do indivíduo face ao coletivo. Os enredos épicos tradicionais perdem força dentro dessa sociedade, pois não conseguem representar o indivíduo dessa “sociedade aberta”, já emprestando o termo utilizado por Lukács (2001). Assim sendo, o romance é o modelo de gênero que mostra fortemente essa mudança de pensamento, do coletivo para o individual, que vem desde o Renascimento e que se consolida após a revolução industrial. Entretanto, com a velocidade e o turbilhão modernos – e justamente por essa força da indústria -, já emprestando termos de Bauman (2001), era impossível que o romance permanecesse um gênero intocado, fixo e acabado. Evidentemente recebeu influências, metamorfoseou-se e foi reinventado. Na contemporaneidade, os paradigmas que serviam de base para estudo do gênero devem ser relidos, questionados e, porque não, revistos. Tendo como base as definições de Carneiro (2005), Resende (2008) e Schøllhammer (2009) e Garramuño (2014) sobre a literatura contemporânea, entre outros autores que se dedicam em estudar o tema, traçaremos um panorama para ver as configurações do romance no mundo contemporâneo, sob a premissa de pluralidade. Propomos, então, neste simpósio, a discussão de trabalhos que tenham como foco principal o romance contemporâneo – contos, novelas, crônicas e outras narrativas de maior ou menor extensão também serão aceitos. Não haverá preferência por qualquer temática ou linguagem, bem como aceitaremos análises baseadas nos conceitos de “contemporâneo” e “pós-moderno” e outros que falam do tempo presente. Aceitaremos trabalhos que analisem obras de quaisquer países e línguas, desde que publicadas a partir de primeiro de janeiro de dois mil e um.

Palavras-chave: contemporâneo, pluralidade, século XXI.